Em qual linguagem focar os estudos é uma das principais perguntas feitas pelos iniciantes na carreira de Desenvolvimento. Pergunta feita antes mesmo de o aprendiz entrar no mercado de trabalho. O problema é que, quando essa pergunta é feita para alguém que já tem um certo caminho traçado na carreira, geralmente a pessoa responde tendendo para o lado da linguagem com que trabalha. Não cairei nessa.
Nem sempre a pessoa pode se dar ao luxo de escolher qual linguagem estudar, pois geralmente essa escolha é imposta pela faculdade ou pelo próprio mercado – os cursos mais recentes tendem a focar na linguagem que o mercado trata como principal. É comum encontrar estudantes focando todos os seus esforços em Java, pois o seu curso é planejado quase que completamente baseado nessa linguagem. Existem também os apressados para iniciar uma carreira e que escolhem, sem muito pensar, o PHP, pois essa linguagem costuma ser uma ótima porta de entrada para uma carreira de desenvolvimento. A vontade do indivíduo, nesses dois cenários, fica um pouco de lado.
Existe o terceiro cenário e esse eu gostaria de enaltecer. Aprender uma linguagem, qualquer que seja, requer que a pessoa antes estude algo chamado Lógica de Programação. Esse conhecimento, considerado fundamental até se analisada a grade da maioria dos cursos de Computação (a disciplina de Lógica figura em um dos dois primeiros semestres), às vezes não é tão valorizado pelo mercado ou pelo aprendiz. Quando se vai a uma entrevista de emprego, nunca se é perguntado o nível de Lógica que o candidato julga saber, mas o nível da linguagem em questão. O próprio aprendiz, observando essa prática ou por falta de aconselhamento, não leva tão a sério essa parte do “saber programar”. Baseado nisso, digo: o importante não é qual linguagem estudar, mas sim aprender a desenvolver.
Aprendendo-se a programar eliminam-se quase todos os limites para o profissional da área. Escolha qualquer linguagem para começar, de preferência uma que tenha fortes conceitos de POO – Programação Orientada a Objetos (Java, C#, Python) ou que tenha muito material de qualidade disponível na literatura acadêmica e na internet (PHP e o próprio Java são exemplos) e gaste um bom tempo estudando o básico dessa linguagem, que é: estruturas de controle, tratamento de variáveis, resolução de problemas matemáticos (com uma calculadora, por exemplo), tratamento com strings (texto), exploração dos conceitos de POO, dentre outros tópicos. Esse tipo de estudo irá enraizar aquilo que a maioria das linguagens contém e no que são baseadas.
Escolher estudar o ato de programar, e não a linguagem em si, irá formar um profissional consistente ao ponto de ter entrada fácil nos diversos tipos de vagas que aparecem no mercado ou até mesmo no trabalho acadêmico. É lógico que algumas linguagens carregam características específicas e muito fortes. Lisp, por exemplo, é uma delas. Essas vão requerer estudos mais focados. Todavia, com o conhecimento de programação bem assimilado, nem isso viria a ser problema, seria apenas uma questão de tempo e adaptação. Amigos meus, baseados nesse cenário que expus, conseguiram criar ótimos métodos de aprendizado básico de uma linguagem.
Tendo isso em mente, estava analisando o TIOBE, que mantém o ranking das linguagens mais utilizadas no mundo, para tentar entender o atual panorama das linguagens de programação e do mercado de desenvolvimento, o que pode ser um ótimo guia para os que já passaram dessa fase dos conceitos básicos de programação.
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